Agronegócio

Parte do grão fica pelo caminho

Estudo mapeia perdas dos cereais e identifica maiores prejuízos em unidades de armazenamento

A preocupação em mapear as perdas na produção de grãos levou a direção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a propor ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) a realização de um amplo estudo para apurar quanto das safras é perdido no transporte e na armazenagem. Durante os últimos quatro anos, pesquisadores de todo o país se dedicaram a analisar o processo de pós-colheita do milho, do trigo e do arroz para descobrir onde, quanto e como as safras sofrem perdas. A parte do estudo direcionada ao arroz foi realizada pela equipe do Laboratório de Grãos (Labgrãos) da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, da Universidade Federal de Pelotas.

Sob a coordenação dos professores Moacir Cardoso Elias, Nathan Vanier e Maurício de Oliveira, uma equipe de 31 pesquisadores - entre alunos de iniciação científica e pós-graduação - analisou os processos de armazenagem e transporte do grão em 19 empresas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins. Deste total, nove estão na região de Pelotas.

Ao final, o trabalho concluiu que 0,13% das safras de arroz acabam, literalmente, ficando pelo caminho, por causa de fatores como más condições das estradas, precariedade da frota de caminhões e imprudência dos motoristas. Já dentro das unidades armazenadoras, as perdas variam entre 1,5% e 4% do total de arroz colhido no país. Em termos gerais, isso representaria algo em torno de 500 mil toneladas/ano, uma vez que a produção das lavouras brasileiras beira os 12 milhões de toneladas/ano.

Livre de micotoxinas
Elias, no entanto, chama atenção para um fator apontado como essencial para entender o porquê do otimismo dos pesquisadores com relação aos resultados encontrados: os índices reduzidos de perdas qualitativas. “Quando se fala em perda, as pessoas querem a visão quantitativa; mas quanto se avalia perda, a mais importante é a qualitativa, que é quando durante o armazenamento o grão desenvolve substâncias tóxicas prejudicais ao consumo humano e animal”, explica. A partir dessa visão, o grupo de cientistas elaborou também análises da qualidade dos grãos armazenados e, também, do produto que sai da indústria, afinal, como lembra o professor: “O arroz não pode ser consumido sem ser industrializado, pois ninguém come arroz com casca”.

E os resultados encontrados foram positivos. “Não encontramos nenhum dado que pudesse nos alarmar sobre micotoxinas produzidas por fungos desenvolvidos no armazenamento em nenhuma das regiões pesquisadas”, revela Elias. Conforme o professor, isso é reflexo direto de um salto tecnológico dado pela cadeia produtiva nas últimas décadas que garante ao Brasil o 9º lugar no ranking mundial de produtores e atesta ser mais do que palpável acreditar em uma ampliação do mercado internacional nos próximos anos).

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